Rádio Arte
Até 2012 XTO achava que nunca tinha entrado em contato com a rádio-arte. Foi neste ano que houve uma representação de rádio-arte na XXX Bienal de Arte de São Paulo. Os artistas convidados vieram da Alemanha trazendo o projeto Mobile Radio com um estúdio de rádio que ficou instalado no prédio da bienal durante todo o período de exposição. Como de praxe, Knut Aufermann e Sarah Washington, responsáveis pelo projeto, abriram a grade de programação o máximo possível para inserir artistas locais e todos que tivessem um projeto interessante para tocar. Foi aí que XTO entrou apresentando a eles a Pipa Musical.
A Pipa Musical é um projeto de rádio montado com Rogério Krepski em 2007. No início a webrádio tinha a intenção de apresentar ao mundo músicas e alguns produtos com pouca divulgação nos veículos convencionais. Teve inúmeras entrevistas com artistas da música, cinema, artes plásticas. Teve pequenas rádionovelas, gincanas, festas. Foram mais de 80 programas. Quando houve a chance de participar do Mobile Radio, a Pipa Musical percebeu sua importância e teve uma alteração violenta em sua forma. Agradou bastante aos curadores e programadores do projeto.
Rádio-arte é uma arte bem complexa. Em uma tentativa de explicação, se diz que toda produção de som que não ganharia espaço para divulgação em um veículo comercial mas que pode ganhar espaço em algum outro meio pode ser considerado rádio-arte. Assim, rádio arte envolve a captação e transmissão do produto sonoro de uma performance. Por vezes, a parte visual da performance é tão ou mais interessante que a parte sonora.
Em 2016, depois do sucesso no Mobile Radio, a Pipa Musical foi convidada para apresentar um programa no festival RadioRevolten em Halle, Alemanha. Foi uma apresentação baseada em um ritual para cura a distância, tão normalmente usado pelos pastores evangélicos locais. Agradou muito os alemães.
Depois da alteração da forma da Pipa, XTO começou a se embrenhar mais pelo mundo do ruído. Fez algumas apresentações no Ibrasotope, no festival Síntese, de Mário Dal Santo, e arrastou a parte musical da Pipa para o clube Alberta#3, onde tocava às quartas-feiras.